terça-feira, dezembro 20, 2005

Il castrati

Qual a distância entre realidade e ficção?
Quando nossa vida ganha uma trilha sonora?
Sei lá, como um filme... quando você está no meio de um acontecimento ou fase, liga o rádio e tá lá uma música que casa direitinho com seu humor... isso acontece comigo...
Foi assim com o álbum Toda cura para todo mal (o mais novo do Pato Fu) e com o Greatest Hits (da Cher - sim não me pergunte como).



Vivo um momento de solterice e tem um CD me acompanhando: I'm a bird now, de Antony and The Johnsons (2005, Secretly Canadian, capa acima). Conheci o grupo em uma apresentação ao vivo que fizeram no Latterman. Mais do que a compleição bissexual de Antony, sua voz me intrigou. Nunca tinha escutado nada tão triste e melancólico quanto sua intepretação. A associação de estilo e influência mais direta, ao menos em meu repertório, é com Nina Simone. Não a Nina do blues rasgado e sacana I want a little sugar in my bow, mas da inconsolável Don't smoke in bed.

Antony toca piano como a diva. E também lamenta como ela: sua a voz navega fantasmagoricamente entre registros masculinos e femininos, acompanhando melodias dúbias. A primeira música que escutei - You are my sister - era uma declaração de amor a alguém tão querido que deixara de ser uma simples amiga para se tornar uma irmã. De certa forma, estou a viver isso e o clima de Antony and the Johsons é um pouco o clima do meu coração.
Há mais de um mês, recebi o CD - só importando. Além de confirmar a beleza melancólica e estranha dessa banda, deu para sentir mais influências black como em Fistfull of love e que podem ser mais perturbadores como em Hope there's someone.

Os únicos pontos baixos recaem na prece feita com um convidado de sotaque misterioso e na curta duração total do CD - calculo em 50 minutos.
Antony ainda há de tocar por um bom tempo.


Mudando de assunto sem mudar de assunto: outra aquisição boa que fiz nesse mesmo período foi Extraordinay Machine (2005, Epic/Clean State, importado, capa acima), último CD de Fiona Apple. Eu, que tinha como referência somente seu primeiro, Tidal, percebi que Fiona amadureceu. Aparentemente mais leve e criativa, Fiona talvez tenha se desvencilhado um pouco da infância de abusos e violência. Talvez tenha deixado de cantar sobre dores e culpas para então tripudiar, com um pouco mais de violência, sobre quem lhe agride. Imperdível é a interpretação retrô da faixa título. Além do belo piano, da voz quente e levemente amarga, a cantora é dona de uma beleza - digamos - cativante.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Um dia de palhaço

Minha primeira experiência como clown... comprei fantasia (obrigadão mãe!)... maquiagem de teatro... peguei emprestado um sapatão típico (obrigadão Mirela!)...
Um mundo novo. A máscara, que ocupou tanto meus pensamentos, saiu do acidente. Um escorregão do pincel e lá apareceu o novo contorno da minha nova boca. O nariz de uma bolinha virou um pingo... as sobrancelhas preta ficaram vermelhas e lá estava um eu diferente.
A ritualística é romanticamente inspiradora. Mas insuficiente.
Depois da maquiagem... depois da roupa... do gorro engraçado... era só o André de fantasia. Algumas brincadeiras começavam a surgir com a Emília (Sheilinha, minha irmã)... muitas idéias... algum ensaio... mas ainda eu.
Acho que não é exagero. Mas o que me transformou mesmo foi o olhar das crianças.
Nos chamaram para o palco.
Eu entrei. A Sheila entendeu errado a deixa e ao invés de entrar comigo no salão abarrotado de crianças ficou escondida. Avancei sozinho sob olhar atento. Cinco metros, olho pra trás e nada. Entendi tudo. O palhaço tomou conta.
Gritou com uma voz aguda e de dicção muito mais clara do que a minha: “Alguém viu minha boneca por aí? Alguém viu? EMÍLIAAAAAAAAA! EMÍLIAAAAAAAAA!”
Impossível... o André nunca elevaria sua voz daquele jeito. Não no meio de 200 ou 300 pessoas!
Daí pra frente, só às vezes eu voltava para tentar controlar um pouco um grupo avassalador de crianças que avançavam sobre a sacola do palhaço que distribuía pirulitos.
Uma hora e meia depois, voltei!
Domingo que vem, tem mais.



(eu e a Emília...)

(O sapato que o palhaço insistia em dizer que era emprestado da Emília)

(Mototista particular... a única parte ruim é que além de dirigir, ela não parava de jogar pó de pirlimpimpim em mim!)

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Constatações de um fim de semana

  • Três Patetas faz bem à alma
  • Danny Elfman, compositor de trilhas sonoras brilhantes como a de Homem-Aranha, era o vocalista da banda Oingo Boingo
  • O centro de São Paulo continua lindo... é só procurar
  • Ele existe. E não anda só.

sábado, dezembro 03, 2005

Experimentações

Tiradas entre 01/12 e 02/12 com a pequena câmera do celular!




De volta

Alô,

estou de volta!

Aos poucos vou retomando um bom ritmo de postagens...
preciso dar uma carinha menos TEMPLATE pro Arrobalão...

Até lá, vou quebrando galho com essa vizualização mesmo!

Não deixem de voltar!