terça-feira, junho 03, 2008

Promethea, a nova jóia de Moore

Ia escrever um post sobre quadrinhos autobiográficos, mas vou guardá-lo para depois que terminar o Epiléptico, de David B. Chamo a atenção então para Promethea, que está sendo publicada na Pixel Magazine e já está na edição 14 (algo em torno do número 10 da série original). Imperdível ao cubo.

A amiga e editora do Facada, Robertaar, já tinha me mostrado um encadernado importado dessa obra escrita por Alan Moore. Ensaiei a compra, mas sacumé... fiquei no ensaio. Quando saiu nas bancas brasileiras, não deu para resistir. Peguei a série já começada (falta de informação é troda) e não resisti. Há algumas semanas, dei um pulo na Comix e fechei a coleção (menos o número 8 que estava em falta. Alguém tem essa edição repetida?).

Ao que interessa: gênio é gênio e vice-versa. Quem lê quadrinhos pode pular a próxima linha. Moore junto com o Gaiman, Miller e Morrison (devo estar esquecendo alguém) revolucionaram as HQs ao impregná-las a partir dos anos 80 com tramas mais adultas e personagens mais complexos. Promethea não foge à regra.

A heroína é uma entidade/deusa – já citada como coadjuvante em livros e histórias em quadrinhos das antigas – que dessa vez encarna em uma escritora a cada momento em que ela escreve um poema sobre Promethea ou é evocada por algum meio artístico. Pô, isso é lindo, vá!
E Moore surpreende na narrativa, que mexe com o leitor. Por exemplo: em determinado momento, Promethea precisava aprender uma mágica e seu professor era um velho asqueroso. O preço imposto pelo mago era uma noite de sexo. A edição terminava com a proposta e uma chuva interna de preconceitos e tabus: “Como uma deusa se submeteria àquilo?”. Praticamente toda a seguinte era o ato. História antológica. Promethea se entregava ao que, em verdade, era amor. O velho ia explicando os princípios do kundalini e como esta energia ancestral estava sendo despertada naquele encontro.

Não faltam menções ao tarô e recursos lingüísticos muito inventivos. Teve até um momento, naquela mesma história, em que o somos levados a ler balões e os desenhos na ordem dos mangás (direita para esquerda). Eu só tinha visto isso em HQs na internet!
Olha, chega de falatório e corra já para a banca!