quinta-feira, novembro 27, 2008

Clipping - Queen no Brasil II

Liderado por Brian May, Queen emociona em primeiro show no Brasil sem Freddie Mercury

Apresentação em São Paulo foi marcada por clássicos de diferentes fases da banda e homenagens ao ex-vocalista do grupo britânico
Bruno Dias

Com apenas dois membros de sua formação original, o baterista Roger Taylor e o guitarrista Brian May, o Queen, que agora conta com Paul Rodgers nos vocais, fez um apanhado de seus maiores hits em um show com cerca de duas horas e meia no Via Funchal, em São Paulo, nesta quarta-feira (26).

Com clima de suspense e aos gritos de “Queen”, vindos das cerca de 5 mil pessoas que prestigiaram a apresentação, a banda deu início ao show. Do telão, uma enorme tela de LCD, começaram a chover meteoros até que os primeiros riffs de “Hammer To Fall” botaram fim a expectativa dos fãs paulistas.

E o que se viu em seqüência foi um enxurrada de hits das mais diferentes fases do grupo: “Tie Your Mother Down”, “Fat Bottomed Girls”, “Another One Bites The Dust”, “I Want It All” e “I Want To Break Free”.

A curiosidade em saber como ficariam os clássicos eternizados na voz de Freddie Mercury, agora cantados por Paul Rodgers, logo foi sanada. Mesmo não tendo o carisma e o vigor de Freddie, Rodgers conseguiu de forma honesta (sem imitar os trejeitos do ex-vocalista do Queen), comandar a massa, que cantou todos os hits, sem se importar com a ausência de seu ídolo.

O show mais parecia um imenso karaokê e serviu para reverenciar um dos maiores guitarristas da história do rock, Brian May.

Claro que a monotonia quase tomou conta dos presentes durante a execução de “C-lebrity” e “Surf’s Up ... School’s Out”, ambas tiradas do álbum de inéditas “The Cosmos Rocks”, o primeiro sem Freddie. Mas o carisma de May e uma nova seqüência de clássicos foram suficientes para trazer a euforia de volta.

Rodgers deixou o palco para um dos momentos mais emocionantes da apresentação. Na ponta do palco, que ia até o meio da área VIP, Brian May arriscou algumas palavras em português e convidou o público para a primeira homenagem a Freddie Mercury dizendo: “Vocês querem cantar para o Freddie?”, para então tocar “Love Of My Life” no violão, enquanto a platéia se encarregava dos vocais. Neste momento, May não conseguiu esconder a emoção ao ouvir o coro dos brasileiros.

Ainda no clima intimista, foi à vez de Roger Taylor fazer sua aparição. Uma bateria foi montada na ponta do palco para que ele pudesse mostrar seu talento como baterista e vocalista em “I’m In Love With My Car”, “A Kind Of Magic” e “Say It’s Not True”, esta última tirada de “The Cosmos Rocks”.

No final da primeira parte do show vieram outras duas homenagens a Freddie Mercury. O ídolo se fez presente através do telão e em playback, primeiro em “Bijou”. E após a seqüência de clássicos – “Under Pressure”, “Radio Ga Ga”, “Crazy Little Thing Called Love” e “Show Must Go On” -, numa emocionante versão de “Bohemian Rhapsody”, com diversas imagens de diferentes fases de Freddie Mercury e do Queen, mostradas na gigante tela de LCD.

A pausa para o bis foi embalada pelos gritos e palmas características de “We Will Rock You”, e uma chuva de bastõezinhos de neon, que foram distribuídos na entrada do show.

Na volta, mais uma música nova, “Cosmos Rockin’”, e três clássicos: “All Right Now” (do Free, ex-banda de Paul Rodgers), “We Will Rock You” e “We Are The Champions”, as duas últimas promovendo uma enorme festa entre os presentes.

O show que tinha tudo para ser uma espécie de banda cover de luxo do Queen foi salvo pelo carisma e, principalmente, pelo talento de Brian May, que com a ausência de Freddie Mercury, assumiu o posto de líder do Queen. Nesta quinta-feira (27) a banda faz seu último show em São Paulo, para depois encerrar sua turnê no próximo sábado (29), no Rio de Janeiro.