Plácido de Campos Júnior, um cineasta
WILLIAN VIEIRADA (FSP - 09/03/08)
Os barquinhos e aviõezinhos de madeira, esculpidos com perícia e paciência, se empilhavam pelos cantos da casa do cineasta Plácido de Campos Júnior [o segundo da direita para esquerda]. Feitos apenas com a mão esquerda, ajudavam-no a passar o tempo. Plácido nasceu em Anápolis (GO) e veio para São Paulo aos 12. "Foi fazer cinema por acaso", diz a viúva, e entrou na primeira turma de cinema da USP. Lembrava sempre das aulas do professor Roberto Santos, com quem mais tarde fez o documentário Vozes do Medo. "Era uma época de experimentações, em São Paulo, de um cinema mais racional. "Tempo em que fez Victor Brecheret, documentário sobre a vida do escultor modernista brasileiro. Mas um acidente de moto, no fim dos anos 1970, fez com que perdesse os movimentos do braço direito. Foi quando começou a fazer os barquinhos de madeira, aproveitando a habilidade para fazer maquetes, conquistada durante a faculdade -ajudava seu irmão arquiteto e ganhava algum dinheiro. Começou a lecionar na FAAP e assumiu a programação cinematográfica do MIS (Museu da Imagem e do Som) -onde conheceu a mulher com quem casaria-, e do Núcleo de Cinema e Vídeo do Centro Cultural São Paulo. Tornou-se curador de filmes, já que não mais os fazia. Plácido não reclamava, já que "raramente um nome se casa tão bem à natureza do sujeito que o leva", como disse um amigo. Casado, tinha duas filhas. Morreu na terça, de câncer pulmonar, aos 63. Fumou, até os últimos dias, "horrores" de Marlboro.
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A missa de sétimo dia acontece hoje, às 19h, na igreja Sto. Ivo (lgo. da Batalha, 189, V. Nova Conceição). Estarei lá.
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